O projeto Assombros pretende criar uma exposição instalativa idealizada pelo artista de novas mídias Iain Mott e pela atriz/performer Simone Reis, e desenvolvida juntamente com o dramaturgo Camilo Pellegrini e pelo artista visual Fabio Baroli, contando ainda com a colaboração da fotógrafa Mila Petrillo. O trabalho conjunto, em fase de construção, busca integrar as linguagens das artes visuais, cênicas e sonoras, cujo resultado é fazer com que o visitante/espectador vivencie uma experiência interativa única.
Seguindo a linha fantasmagórica definida em O Espelho (2012), os módulos para a instalação Assombros utilizam uma mistura de tecnologias antigas e contemporâneas. São elas: o Professor Pepper’s Ghost – uma ilusão teatral e quase holográfica do século XIX; técnicas surgidas da câmera obscura do século XV; o boîte d’optique (caixa ótica) do século XVII, na França; e o som abissônico, mini-refletores de LED e mesas de luz do século XXI.
Os gabinetes de visualização dos séculos XVIII e XIX eram feitos como item de diversão nos saraus e salões. Ofereciam uma forma primitiva de estereoscopia por meio de uma grande lente biconvexa e um espelho, e davam aos indivíduos que visualizavam imagens coloridas bidimensionais, a impressão de profundidade e tridimensionalidade, um efeito muitas vezes aprimorado com proscênios. Inicialmente projetadas para observar gravuras coloridas com efeito tridimensional e vistas perspectivas. Ao longo do tempo as caixas antigas passaram a retratar eventos históricos assombradamente insólitos.
Além da cenografia e do vídeo de performance bidimensionais de Reis dentro da caixa, são incluídos objetos físicos, para melhor integrar a imagem do fantasma – a própria Reis – em seu ambiente tridimensional. A Iluminação LED dentro dos gabinetes (incluindo mini-refletores e mesas de luz) é controlada dinamicamente e sincronizada com os fantasmas gravados em vídeo e, além disso, o áudio “ambisônico” (uma forma avançada de “surround sound” usando software desenvolvido por Mott, chamado de “Mosca”) é entregue em fones de ouvido para promover uma sensação de imersão na cena e uma associação do espectador com as personagens focais.
Tudo isso poderá ser visto através de uma grande lente inserida no visor recortado na parte superior da caixa, criando imagens aparentemente holográficas. Cada caixa funcionará como objeto de encontro e propagação sonora e física projetando a performer em cena para uma fruição individual dos espectadores, como um cinema completo disponibilizado para um espectador para “sessões”, que durarão entre 6 e 10 minutos cada.
As caixas óticas estarão integradas entre si por um sistema interno de roteadores e poderão ser controladas à distância para reparos, inicialização, testes e outros. O detalhamento técnico e construtivo das caixas sonoras encontra-se no croqui da instalação.
The Talking Chair (A Cadeira Falante) é um ambiente para ouvir sons em três dimensões, permitindo aos participantes controlar a trajetória do som pelo espaço que os rodeia. O trabalho tem uma estrutura externa parar suportar um conjunto de seis alto-falantes, uma cadeira central, e uma interface de usuário envolvendo uma varinha de ultrassom. Um sistema remoto de áudio é ligado por cabo. Sentado na cadeira, o participante interage com o trabalho pela varinha, a qual cria dados tridimensionais usados para produzir o som e desenhar a trajetória dele pelo espaço. Enquanto o som muda, suas qualidades acústicas também mudam em resposta à sua proximidade com o ouvinte, velocidade e localização espacial. A cadeira esculpida assume uma presença humana dentro os arcos da estrutura. Os arcos definem um espaço sonoro que é tanto quanto dinâmico e esférico, com o ouvinte na posição central.The Talking Chair foi feito colaborativamente por Iain Mott, Marc Raszewski & Jim Sosnin. O projeto foi apoiado por: The Australia Council. O trabalho tem sido exibido nos estados de Victoria e Tasmânia na Austrália, e na 1996 International Computer Music Conference em Hong Kong.